sexta-feira, 15 de julho de 2011

.*.Ácido Linoleico Conjugado (CLA)... Usar ou não usar?? Eis a questão!!.*.

Muito tem sido falado, até mesmo aqui no blog, sobre alimentos funcionais e seus efeitos benéficos para a saúde humana, de forma a incentivar fortemente o uso destes produtos e também de alimentos que contenham propriedades funcionais.
Porém alguns do produtos comercializados com alegação funcional acabam gerando polêmica sobre seu consumo ou não, isto devido à poucos estudos e também pela relação do consumo e surgimento de alguns efeitos deletérios à saúde.
Um destes produtos é o ácido linoleico conjugado (CLA), apontado e considerado por alguns como um potente agente anti-obesidade, com efeitos benéficos potenciais nas doenças cardiovasculares e no sistema imunológico, isto devido as suas possíveis propriedades moduladoras no metabolismo lipídico.
O CLA é produzido naturalmente pelas bactérias fermentativas presentes no estômago, principalmente de animais ruminantes, e é encontrada em maiores concentrações em alimentos como, por exemplo, carnes, leite e seus derivados.
Vários estudos têm demonstrado que animais alimentados com CLA apresentam redução de gordura corporal. Já em humanos, este tipo de estudo ainda são muito incertos e com amostras reduzidas o que não promove comprovação científica.
Existem indícios de que indivíduos pós-obesos, em novo ganho de peso, sejam mais suscetíveis aos efeitos do CLA do que os de peso estável, assim como homens obesos em relação a mulheres obesas. Porém, essas suposições ainda são inconsistentes.
Os possíveis mecanismos de ação do CLA seriam: a indução da lipólise por catecolaminas, favorecendo redução seletiva de gordura visceral, e indiretamente da gordura abdominal; aumento na atividade da lípase hormônio-sensível, e consequentemente da lipólise em adipócitos, acompanhado por uma maior oxidação de ácidos graxos tanto no músculo esquelético quanto no tecido adiposo, pelo aumento também da atividade da carnitina palmitoil-transferase e; efeito termogênico, possivelmente relacionado à indução na expressão gênica de proteínas desacopladoras (UCPs). Além disso, o CLA possui afinidade de ligação aos receptores de ativação e proliferação peroxissomal (PPARs), que são fatores de transcrição que controlam a beta oxidação, as vias de transporte dos ácidos graxos, e diferenciação de adipócitos.
Efeitos positivos foram observados apenas com altas doses de CLA, tanto que em 2007 a ANVISA proibiu a venda deste produto no Brasil: as doses de suplementação chegavam a ser vinte vezes maiores que o consumo usual da população, gerando riscos.
Alguns efeitos indesejáveis relacionados ao uso do CLA foram encontrados tanto em estudos com humanos quanto em animais e, dentre estes destacam-se: aumento da resistência à insulina, aumento da glicemia e insulina de jejum; elevação da peroxidação lipídica e redução da HDL-colesterol em indivíduos com síndrome metabólica. Fatores estes que poderiam contribuir para o desenvolvimento de doenças crônico não transmissíveis futuramente, dentre elas, a obesidade e a diabetes.
Por isso, seu consumo deve ser orientado e acompanhado por profissionais responsáveis e competentes, adequando-o de acordo com as características individuais, hábitos alimentares e consumo alimentar, sempre por tempo determinado, buscando sempre a promoção da saúde evitando e prevenindo os malefícios associados à altas dosagens.

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